Tecnologia de ponta e precisão extrema: como o LRF transforma desafios em soluções para o setor energético.
O Laboratório de Rocha e Fluido (LRF) do CEPETRO é uma parte do centro de pesquisa dedicado a atender às demandas da indústria de petróleo, com foco em análises petrofísicas e estudos de recuperação de petróleo. Criado pelo professor Osvair Vidal Trevisan (In memoriam) e atualmente coordenado pelo professor Fabio Toshio Kanizawa, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, o LRF tem se destacado por contribuir com dados e soluções técnicas que auxiliam empresas a enfrentar desafios em reservatórios complexos, como os encontrados no pré-sal.
LRF realiza análises de petrofísica básica e especial, determinando propriedades fundamentais como porosidade, permeabilidade e densidade do grão. “Com o uso de tecnologias avançadas, como ressonância magnética nuclear (RMN), o laboratório explora diferentes escalas de porosidade – macro, meso e microporos –, fornecendo dados cruciais para avaliar a distribuição e o volume de petróleo nos reservatórios. Essa abordagem é particularmente relevante no pré-sal, onde até 60% do óleo original pode permanecer retido nas rochas após a exploração inicial”, explica Kanizawa.
Um dos grandes diferenciais do LRF é a capacidade de simular com precisão as condições extremas dos reservatórios, incluindo pressões superiores a 700 bares (10.000 PSI) e temperaturas acima de 130°C, podendo utilizar diversos fluidos como óleo sintético, amostra de óleo de interesse e óleo recombinado. Essa infraestrutura permite que o laboratório reproduza cenários reais, essenciais para entender o comportamento de fluidos como água, CO₂ e petróleo sob condições extremas. Desde 2010, o laboratório tem implementado atualizações tecnológicas que melhoram a precisão das análises e eliminam variáveis de interferência humana, garantindo resultados altamente confiáveis.
Avanços em recuperação de petróleo
O LRF conduz estudos avançados para avaliar a eficiência de métodos de recuperação de petróleo, como injeções de água e CO₂, que são testados em condições que replicam os desafios dos reservatórios reais. Esses estudos também examinam as interações químicas entre os fluidos injetados e os componentes das rochas, buscando otimizar as estratégias de extração. Técnicas desenvolvidas no laboratório têm possibilitado a recuperação de volumes significativos de petróleo retido em microporos, contribuindo para o aumento da produtividade dos campos.
Os dados gerados pelo LRF são aplicados diretamente na calibração de modelos de simulação numérica de reservatórios, permitindo que as empresas prevejam cenários de produção com maior precisão e eficiência. Além disso, o laboratório auxilia empresas na interpretação de resultados e no desenvolvimento de soluções customizadas para maximizar a extração de hidrocarbonetos.
A capacidade do LRF de simular condições extremas com alta precisão, aliada à sua infraestrutura avançada e metodologias inovadoras, posiciona o laboratório como um parceiro estratégico para a indústria de petróleo. “As técnicas empregadas no LRF permitem identificar gargantas de poros e volumes de petróleo que, de outra forma, seriam ignorados, oferecendo um nível de detalhamento crítico para a tomada de decisão no setor,” destaca o pesquisador Nilo Ricardo Kim.
Com poucos laboratórios no Brasil capazes de oferecer análises tão detalhadas, o LRF do CEPETRO consolida-se como uma referência nacional e internacional, fornecendo soluções tecnológicas avançadas para desafios complexos da indústria de energia. Suas contribuições vão além da pesquisa básica, impactando diretamente a performance operacional de empresas e promovendo avanços significativos no campo da engenharia de reservatórios.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail: kanizawa@unicamp.br.
