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Software já está disponível para empresas e institutos de pesquisa, automatizando e facilitando a integração entre modelos de reservatório e dados de sísmica 4D, e contribuindo para decisões mais assertivas na produção de petróleo e projetos de CCS.

Pesquisadores do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), finalizaram o desenvolvimento de um software inovador que permite uma conexão automática e mais rápida entre modelos de reservatórios e imagens de sísmica 4D — uma espécie de “tomografia das rochas” que ajuda a entender a movimentação de fluidos em rochas de subsuperfície. Essa nova ferramenta facilita a calibragem dos modelos e amplia a precisão na tomada de decisões, reduzindo incertezas sobre como o petróleo vai se comportar ao longo dos anos.

O projeto, financiado pela Repsol Sinopec Brasil (RSB) sob regulação da Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP), e iniciado em agosto de 2022, foi concluído este ano. Durante o período, o software foi testado e validado em casos reais com o apoio de pesquisadores do CEPETRO e profissionais da RSB. “Nossa ferramenta automatiza processos que antes eram manuais e demorados. Agora, é possível comparar centenas de modelos de forma rápida, o que agiliza a calibragem e permite um gerenciamento de reservatórios mais eficiente, isso vale tanto para produção de petróleo quanto para projetos de CCS [captura e armazenamento de carbono]”, afirma Alessandra Davólio, coordenadora do projeto e diretora associada do CEPETRO.

A integração entre dados de sísmica 4D e os modelos de simulação era um grande desafio. “São dados de naturezas muito diferentes e, para compará-los, era preciso um trabalho intenso de exportar dados de um software para outro. Isso demandava tempo e programação”, conta Daiane Rossi Rosa, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Simulação e Gerenciamento de Reservatórios (UNISIM) do CEPETRO.

“Esta ferramenta é fruto de uma parceria muito importante para Repsol Sinopec e fundamental para aprimorar o fluxo de modelagem de reservatórios, tanto na indústria de óleo e gás, quanto na captura e no armazenamento de CO2 em rocha. A RSB é uma das empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, porque acreditamos que a inovação tecnológica é uma alavanca para criação de um futuro de baixo carbono.” relata Leonildes Soares, gerente de P&D da Repsol Sinopec Brasil.

O projeto faz parte da estratégia da empresa de direcionar mais de 50% do seu investimento em P&D para tecnologias que impulsionem a descarbonização e as energias renováveis.  Com o novo software, todo o processo é feito de maneira automatizada. Um dos avanços mais importantes é a capacidade de gerar dados sintéticos de sísmica 4D a partir de modelos de reservatórios e permitir a visualização inteligente desses dados com técnicas de visualização computacional. “A ferramenta integra a geologia, a geofísica, a petrofísica e a computação de forma inédita”, destaca Rosa.

O software foi desenvolvido em parceria com a empresa DeepSoft, responsável pela programação. “Trabalhamos junto com a equipe do CEPETRO para transformar as ideias da pesquisa em uma ferramenta prática e fácil de usar”, afirma Marcos Pilato Jr., engenheiro de sistemas e CEO da DeepSoft.

A ferramenta, batizada de Flow2Seis, agora será incorporada em outras pesquisas do CEPETRO e está disponível para comercialização pela DeepSoft, tanto para empresas do setor de energia como para institutos de pesquisa interessados. “É um exemplo claro de como a pesquisa aplicada pode gerar soluções que impactam positivamente o setor de energia”, finaliza Davólio.

Mais informações sobre o Flow2Seis: unisim-adm-l@listas.unicamp.br ou contact@deepsoft.com.br

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